quinta-feira, 27 de maio de 2010

Medo

Não tenhas medo
Ninguém vai ver
Mas é normal se tiveres medo
Não és nenhum rochedo
Não vale a pena culpares-te por isso

Afinal de contas
A única coisa de que tens medo
É de ter medo.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Negro

Sou negro
Sou escuridão
Represento tudo o que há de mau

Foste tu que me vestiste assim
Estas roupas nunca foram minhas
Estas roupas nunca foram escuridão

Seja eu hoje azul, ou amanhã verde
Serei sempre negro e escuridão

É uma questão científica
Apenas podemos indentificar cores
Graças á luz que incide no objecto em si
Eu consigo ver cores, eu absorvo a luz
Tu não, apenas absorves escuridão
Os teus olhos não identificam cores
Eles estão tapados
Tapados pelo coração
Que é toda a fonte da escuridão

terça-feira, 30 de março de 2010

É assim

Podemos acreditar em algo que nunca vimos?
Podemos ver algo em que nunca acreditámos?
Acreditar em algo em que nunca acreditámos?
Ou ver algo que nunca vimos?

Sei que podemos por certo recordar algo
Algo que já existiu e que teve um termo
Termo esse que podemos nem ter visto
Visto que pode nem ter existido

Podemos também saber que algo teve um início
Início esse que podemos nem ter presenciado
Presenciado ou não, existiu, nós sabemos
Sabemos ao ter esse algo diante de nós, existindo

Tanta pergunta e teoria parva
Nem sei para quê ...
É mais fácil reduzirmo-nos à nossa insignificância
Não levantando questões nem problemas
Seremos felizes assim
É assim que querem que sejamos
É assim que somos fáceis de controlar
É assim que nos impõem regras
É assim que nos põe um rótulo
É assim, é assim, é assim
É assim que nós somos assim
É assim porque assim queremos que seja
É assim porque assim o deixamos
É assim porque sempre o foi
É assim porque ...
Enfim, já nem a palavra faz sentido

Assim é ...



Dedicado a ti Margarida, obrigado por tudo.